As micoses superficiais são infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos. Os fungos estão em toda parte, podendo ser encontrados no solo e em animais. Até mesmo na nossa pele existem fungos convivendo “pacificamente” conosco, sem causar doença.
A queratina, substância encontrada na superfície cutânea, unhas e cabelos, é o “alimento” para estes fungos. Quando encontram condições favoráveis ao seu crescimento, como calor, umidade, baixa de imunidade ou uso de antibióticos sistêmicos por longo prazo (alteram o equilíbrio da pele), estes fungos se reproduzem e passam então a causar a doença.
É uma micose que se caracteriza pelo surgimento de mancha vermelha que tem crescimento centrífugo – começa pequena como uma picada de inseto e depois cresce do centro para a periferia, muitas vezes deixando a área central mais esbranquiçada – causa coceira, tem a borda da lesão mais evidente e às vezes crostosa. Manifesta-se frequentemente em áreas de dobras (como axilas, virilha, região abaixo das mamas ou entre os dedos), mas que também podem ocorrer em qualquer outra área do corpo. Quando acometem áreas entre os dedos, pode haver dor e fissuras. Se atinge uma área de pelos, pode determinar a queda destes.
A onicomicose, que é a micose nas unhas, pode causar discromia (alteração da cor), descolamento ou distrofia (deformação) da unha, e ao progredir pode deixá-las muito grossas e encurvadas, semelhantes a garras.
Também conhecida como “micose de praia” ou “pano branco”. é causada pela malassezia furfur, que faz parte da constituição normal da pele. Por alguns fatores desencadeantes como suor excessivo, pele muito seborreica ou predisposição genética, desenvolvem lesões no pescoço, tronco superior e face. É mais frequente em adultos jovens devido à maior oleosidade na pele. Apresentam-se como manchas arredondadas, finamente descamativas, e nem sempre coçam. Podem ser de cor branca, rosada ou acastanhada, e ao crescerem se agrupam, podendo formar grandes placas. Surgem mais no verão e costumam reaparecer a cada ano em pessoas predispostas.
A infecção pela cândida pode comprometer isoladamente ou conjuntamente a pele, mucosas e unhas. É um fungo oportunista, e dessa forma, existem situações que favorecem seu desenvolvimento, como baixa da imunidade, uso prolongado de antibióticos, diabetes e situação de umidade e calor. Pode se manifestar de diversas formas, como placas esbranquiçadas na mucosa oral, comum em recém-nascidos (“sapinho”); lesões fissuradas no canto da boca (queilite angular) mais comum no idoso; placas vermelhas e fissuras localizadas nas dobras naturais (inframamária, axilar e inguinal), ou podem envolver a região genital feminina (vaginite) ou masculina (balanite), causando coceira, manchas vermelhas e secreção vaginal esbranquiçada. No tratamento da candidíase, deve-se sempre considerar os fatores predisponentes, tentando corrigi-los. Antifúngicos tópicos e sistêmicos devem ser empregados sob orientação médica.
As micoses são contagiosas e podem se espalhar de uma pessoa para outra. Contudo, na maioria das vezes o sistema imunológico consegue combater a proliferação dos fungos sem causar qualquer sintoma. Além disso, nosso corpo contém bactérias que são responsáveis por conter a reprodução fúngica. Estas bactérias privam os fungos nocivos de espaço e nutrientes. Altos níveis de acidez em algumas regiões do corpo, como a vagina, fornecem outra camada de proteção.
Mas nem todos os mecanismos de defesa do organismo são infalíveis, principalmente se a condição for favorável ao fungo: ter umidade e calor. Em pacientes que são imunossuprimidos, por exemplo, o sistema imunológico é incapaz de combater infecções por fungos de forma adequada. Além disso, o uso prolongado de antibióticos destrói as bactérias úteis, permitindo que os fungos colonizem a pele e mucosa. Em mulheres grávidas ou na pós–
menopausa, as mudanças hormonais reduzem a acidez da sua vagina, tornando-os mais vulneráveis a infecções fúngicas vaginais.
Hábitos higiênicos são a melhor forma de prevenir micoses.
O tratamento vai depender do tipo de micose e deve ser determinado por um médico dermatologista. Evite usar medicamentos indicados por outras pessoas, pois podem mascarar características importantes para o diagnóstico correto da sua micose, dificultando o tratamento.
As micoses das unhas são as de mais difícil tratamento e também de maior duração, podendo ser necessário manter a medicação por mais de doze meses. A persistência é fundamental para se obter sucesso nestes casos.
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